Não se conserta o que já nasce com defeito.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vênus

Amar!
Amar sem querer casar, sem apresentar pra mãe. Ama porque o cara faz teus pêlos se arrepiarem, porque ele te trás um calor, te amolece por dentro.
Amar!
Amar sem querer dar o primeiro abraço no ano novo, sem querer dormir de conchinha todas as noites. Amar porque o cara é forte, alto, moreno e bonito. Ou amar porque o cara é fofo e te deixa pensando a noite inteira nele. Amar porque ele te xinga, mas quando ele vai embora é só nele que você pensa e sorri.
Amar!
Amar por amar. Apenas amar. Amar sem motivos para amar.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Narciso

Se é preciso ter amado pra escrever, eu nunca escreverei um paragrafo. Mas se falarmos de amor próprio, aí meu bem, eu escreverei um best seller. Uma coleção de, no mínimo, 20 livros. Não sou egoísta, eu apenas me amo.
Egoísmo seria se eu te narrasse um falso amor, contasse uma mentira ou outra baixinho no seu ouvido. Dissesse 'eu te amo' depois de uma briga ou insinuasse tal coisa. Mas não, sou sincera! Eu me amo, eu me amo, eu me amo. Sem ter dúvidas, sem sofrimento, sem lágrimas e sem você.
Eu me amo, porque me amo. Nunca encontrei alguém que me amasse tanto quanto eu amo a mim mesma. E isso é o que me faz te amar, é me amar. É saber que eu estou bem melhor quando estou contigo, estou feliz. E quando você vai embora, eu lembro-me que eu me amo. Repito várias vezes na frente do espelho, só pra te receber com um sorriso que nunca foi embora.
Eu me amo, eu me amo, eu me amo, eu me amo, eu te amo!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

De corpo e alma

Essa é a incrível (e infeliz) diferença entre nós dois, você é corpo e eu sou alma.
Você é desejo e eu sou sentimento. Você é sexo e eu sou amor. Você é pecado e eu sou salvação. Você é proibido e eu sou aconselhável. Você é fogo e eu sou água. Você é terra e eu levitação.
Você é tudo que eu preciso pra fazer sentido, e eu sou tudo que te apaga de algum modo.
É fácil fazer coisas por quem amamos, é fácil mudar para sermos melhor pra quem amamos. Difícil mesmo é mudar pra você, difícil é mudar por mudar, sem esperar algo de alguém, sem esperar um parabéns no final do dia.
Mudar! Mudar porque você merece mudar. Porque hoje ta bom, mas amanhã pode ser infinitamente melhor. É só mudar por você, pra você.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Déjà vu

Cheguei em casa mais bêbada do que era planejado, com minha camisa do Nirvana, calça jeans rasgada e all star vermelho. Olhei para o meu quarto como se fosse um local desconhecido, mas não lembro minha reação. Lembro apenas da cama a minha frente e de ter me deitado nela, deitar seria "tímido" demais para o que aconteceu realmente, ainda havia uma garrafa em minha mão.
Lembrei do que eu tinha feito enquanto estava na rua, chorei e me arrependi. Me arrependi de ter te ligado, de ter chorado, de ter pedido um abraço, de dizer que ainda te amava. Me arrependi de ter beijado um putão de uma esquina qualquer, de ter tentado trazer você pra perto de mim e só te mantendo mais longe.
Mas, agora, eu vou deixar tudo pra trás. Essa noite, essa bebida, tudo. Te deixar pra trás só por hoje. E aí sim, a vida vai trazer outra pessoa que mudará todo o meu futuro. Como você fez da ultima vez.

domingo, 26 de agosto de 2012

Já subi no trem

Tudo que a gente passou por apenas um dia ficou pra trás, eu não quero voltar. Você conseguiu quebrar o escudo que eu usava para não me apaixonar, e eu não quero mais que você volte. Não quero ter a certeza que eu gosto de verdade de você, prefiro ir agora e sofrer só um pouquinho.
Prefiro que você não me ligue, nem fale comigo quando me ver na rua, não mande mensagens e esqueça que eu existo. Eu vou sofrer, com toda a certeza. Mas eu prefiro sofrer agora do que te pedir pra não ir embora. Prefiro abrir a porta e sair, não quero ver você indo embora; prefiro chorar sozinha no meu quarto, é melhor que chorar no ombro de alguma amiga, que vai me chamar de infantil por ter me apaixonado por você.
Só por hoje eu quero que me deixe, me escute agora antes que eu mude de ideia. Antes que eu desista de ir embora, antes que eu te abrace e fale que foi tudo uma grande idiotice. Eu preciso ir.

sábado, 25 de agosto de 2012

Bad

Às vezes eu preciso que alguém me ligue. Ligue apenas pra perguntar como foi o meu dia, ou pra conversar como foi o dia dessa pessoa. Me ligue só pra dizer: Ah! Liguei por ligar. Por mais que eu tente me esconder, me manter longe de algumas pessoas, eu, às vezes, preciso de atenção.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Me deixe, agora. Eu preciso ver o sol brilhando, preciso ver o que me espera lá fora, sem você. Tire as mãos de mim; deixe meu coração bater sozinho, solte as unhas que prendem você a mim. Nós precisamos ficar sozinhos para evoluirmos, para um dia (quem sabe) podermos ficar juntos. É preciso dar adeus ao passado, para que ele comece a fazer sentido, para que ele não nos machuque mais.
Eu ainda te quero ao meu lado, mas não assim. Não vou ficar esperando enquanto você só quer curtir, não vou ficar sentada olhando você dançar com todas as outras garotas, vendo você falar no ouvido delas e olhar pra mim, como se quisesse que eu sentisse ciúme. Eu senti ciúme, várias vezes, mas bastava sorrir pra você perder o interesse nela. Aprendi a jogar sujo também, aprendi a fingir, a mentir, a controlar meus impulsos, só pra você entender que eu ainda queria você. Mas não agora.
Eu preciso ver o mundo sem que você me coloque óculos, preciso sentir sem que você me coloque luvas, preciso viver um pouco sem você pra saber o que eu ainda não vi, o que ainda não senti.
Eu ainda te quero, mas não agora. Agora eu preciso te deixar, preciso dar adeus. Preciso e quero.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Aquele

Lembro de você pelas coisas que, as vezes, nem fazem sentido pra mim. Lembro de você andando pela casa de cueca boxe preta e de como suas tatuagens pareciam dançar em seu corpo enquanto você se movia. Lembro das brincadeiras, e de como você mexia a barriga quando eu passava a mão. De quando você sentia cócegas e ria como uma criança, e eu ficava só te olhando pensando como eu posso te amar tanto. É possível amar quem você não confia? Acho que sim. Mas não amar pra casar, não amar pra sempre, amar. Simplesmente amar.
Lembro do sorriso entre uns olhares e outros, lembro de como você fala enquanto eu beijo seu pescoço. Lembro de nós dois abraçadinhos quando estávamos juntos, lembro da cara que você faz antes de chega lá, sabe? Lembro do jeito que você me oferecia comida de 5 em 5 minutos, e de como você bebia água. Lembro de como segurava o cigarro, e de como conversava comigo na varanda.
Lembro mais das suas ações que das minhas. Lembro mais do seu sorriso que do meu. E sei que vou lembrar sempre, mesmo depois que você for embora, mesmo que eu saiba que você nunca mais vai voltar. Eu vou continua lembrando e sorrindo.
Você não é ELE, mas é AQUELE!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pílula

Nesse dia eu decidi fazer as coisas um pouco diferentes. Acordei um pouco mais cedo, demorei um pouco mais no banho, escovei os dentes depois de pentear o cabelo, vesti a roupa só depois que comi. Pronto, mudei a ordem, a duração, tudo!
Nesse dia decidi que não ia trabalhar, não ia atender ligações, não ia ligar a tevê e, acima de tudo, não ia acessar a internet. Tudo muito difícil pra mim, já que passava horas na frente de um computador, ou de uma televisão. Peguei no telefone apenas para mandar o meu chefe ir se foder, junto da secretária gostosa que ele transa todas as terças. Liguei pra o meu (agora) ex-namorado o mandei tomar no cu, porque ele é um completo inútil e estava me traindo, pelo menos, duas vezes na semana. Uma traição ou outra eu até aceito, mas duas vezes na semana é demais.
Pronto, estava livre de regras, emprego e namorado. Poderia ir até a praia e paquerar o primeiro que eu quisesse, ou virar modelo, ou até virar atriz! Fui até a praia, conheci gente nova, mergulhei com roupa e tudo, fumei um baseado e me contaram de uma rave que ia ter no final do dia e que só ia acabar no domingo (era sexta, ok?). Aceitei todas as propostas, tudo que me ofereciam eu estava aceitando. Mesmo que os horários fossem os mesmos, eu ia escolher um compromisso de ultima hora e pronto! Lá vou eu pra mais uma rave.
Passei o dia nessa, conhecendo pessoas, mandando beijos para homens dentro de ônibus, mostrando a bunda para idiotas na praia e mostrando os peitos para caras que passavam de moto. Se mamãe me visse agora, diria que enlouqueci. E acho que enlouqueci mesmo!
Quando cheguei na rave, já tinha muita gente fritando, dançando, se beijando ou apenas deitado, olhando o céu. Me ofereceram a tal PÍLULA DO AMOR, achei fantástico como me apresentaram uma droga que eu já conhecia, mas só pelo modo de apresentação eu aceitei.
A sensação já era conhecida, mas quando tomei senti meu corpo flutuar. Isso inflou meu ego, eu estava melhor que sempre, estava leve. Estava muito bem, obrigada. Pra quem não conhece a tal pílula do amor, é popularmente conhecida como ECSTASY! Nossa, a melhor droga manipulada do mundo.
Passei o fim de semana nessa rave, tomando ecstasy, cheirando cocaína e fazendo tudo que eu queria fazer, tudo que eu sempre quis fazer.
Mas segunda-feira chegou, sempre chega, e eu tinha que me responsabilizar pelos meus atos. Processada por danos morais pelo meu chefe, sem um namorado pra me abraçar e falar "tamo junto", sem dinheiro pra comprar o gás. Estava só. Mas, espera.... Ainda há um comprimido de ecstasy na minha bolsa!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ele

Se houvesse um pouco mais de amor em mim, um pouco mais de carinho, um pouco mais, até, de paixonite, eu lembraria de você pelas simples coisas. Lembraria de você pelos seus olhos, que se fecham quando você sorri. Ou dos seus dentes brancos e perfeitamente alinhados, ou até quem sabe das suas unhas que você insiste em roer. Lembraria de você pelo corte do seu cabelo, que deixa suas orelhas engraçadas. Lembraria pelo jeito que você enrolava os cachos do meu cabelo, pelo jeito que mexia na minha perna e pelo jeito que passava os dedos nos meus dedos dos pés, enquanto conversávamos. Lembraria de você pela mordida no meu queixo, e pelo jeito que passa a mão no meu rosto.
Mas como não há nem um pouco desses sentimentos em mim, eu lembro de você apenas pelo que você me fala, que nem é lá grande coisa.

domingo, 12 de agosto de 2012

Reencontro

Eu tinha tantos problemas e não precisava de mais algum (realmente não precisava). Eu falei contigo, como quem fala com qualquer amigo, e você falou comigo como quem fala com qualquer desconhecido. Acho que você não viu o brilho dos meus olhos, ou talvez nem ligue pra esse brilho, mas eu estava feliz por te ver, por poder te tocar, depois de tanto tempo.
Te falei de tudo que eu vivi nesse tempo que passamos longe, de como o sol nascia diferente quando eu estava a dois dias sem dormir. Te falei de como o aspecto da areia mudava quando eu estava bêbada demais pra lembrar de você. Te falei tudo, tudo mesmo!
Te falei da cor da musica que eu ouvia enquanto estava tão chapada que nem dava pra diferençar os meus dedos, de como as vozes das pessoas tinha gosto enquanto eu assistia TV.
- Sinestesia!
Você me disse, era isso que eu havia sentido. A tal sinestesia. Era fantástica e aconchegante. Mas você mal me dava ouvidos, você olhava ao redor, olhava para o relógio e eu não parava de falar (como de costume). Até que eu percebi que nós não estávamos no mesmo ritmo, nós nem estávamos escutando a mesma música.
- O que mudou? Desde quando começamos a nos distanciar?
- Desde sempre. - Você me respondeu. (Ah! Se você soubesse o quanto essa resposta machucou.)
Eu fiquei calada, e pretendia permanecer assim. Eu não imaginava que o nosso reencontro iria ser assim. Olhei ao redor, o vento estava batendo nas folhas das árvores, o que fazia um barulho muito bom, algumas folhas secas voavam na areia. Eu estava enterrando meu pé, sujando todo meu all star vermelho de areia, mas eu nem estava me importando.
- Foi bom te ver. - Eu tentei puxar assunto.
- Sabe, esse tempo que passamos sem nos ver eu percebi que eu não preciso tanto de você quanto eu achava que precisava. Passamos tanto tempo sem nos ver que nosso sentimento ficou no passado, como se nem tivesse existido. Temos um sentimento não vivido, historias que nunca aconteceram, planos para um casamento de mentirinha, e agora eu nem sei se quero me casar com alguém. Sabe, eu tentei manter o que nós começamos, tentei fazer com que desse certo, mas a distancia nos deixa vulneráveis a novas pessoas, eu usei o escudo o quanto eu pude, mas uma hora eu tinha que deixar alguém entrar. Aconteceu! Não foi traição, eu não faria isso, se fosse traição eu nem lhe contaria. Foi algo sem pensar, mas que me fez entender o que eu sentia. Valeu a pena, entende?
- Entendo perfeitamente. E até concordo com você, temos que baixar o escudo as vezes. - Me levantei, olhei para o banco de madeira que estava sentada - E sabe, eu nunca baixei o meu. E nem quero que você volte atrás, siga seu caminho, eu vou seguir o meu. E daqui pra frente, acho que não vou precisar de escudos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Parte XI

Como explicar esse coração acelerado quando você chega, ou esse desespero quando você sai. Essa alegria sem fim quando você me abraça, ou, esse calor imenso quando você me beija.
Eu não conseguia tirá-lo da cabeça, minha comida havia perdido o sabor, a televisão perdeu as cores, meu violão perdeu o som. A fumaça do meu cigarro desce rasgando minha faringe, laringe, tráquea, até chegar em meus pulmões, a cerveja estava mais amarga que o suportável.
Eu estava apaixonada, completamente, não sei se é trágico ou cômico, mas eu estava. Chegava a ser engraçado, eu estava apaixonada por um completo desconhecido. Um cara que apareceu nos meus sonhos e depois do nada estava interferindo em tudo que eu fazia. Mas era trágico, exatamente por esse mesmo motivo.
Sabe, eu nunca tinha pensado em como seria viver algo assim. Nunca tinha imaginado como seria, e agora eu estou aqui. Deixando acontecer.
O que aconteceu comigo? Logo eu, tão controladora, que precisava fingir paixões (já que eu achava os homens incapazes de me conquistar). Eu estava me derretendo toda por um rapaz qualquer, na verdade, ele nem era um qualquer, mas eu queria que ele fosse.
Por mais estranho que possa parecer, a campainha tocou hoje mais cedo e quando abri a porta era ele. Ele que sempre aparecia nos momentos mais estranhos. Estava com um sorriso, meio que como se estivesse se gabando, mas estava lindo.
- Estava pensando em mim, Sally?
- Não.
- Sei, e o que mais estava fazendo? Não vai me convidar para entrar? - Quando acabou a frase ele já estava no meio da sala.
Fechei a porta, estava sozinha em casa. Sentei no sofá, azul, continuei com os pés no chão, encostei meus cotovelos bem próximos aos meus joelhos.
- Vai ficar aí?
- Espera que eu vá até onde? O que você quer falar comigo?
- Ainda com raiva Sally? Aquilo foi um sonho! Uma coisa que sua mente fértil criou. Você poderia estar bêbada. Olha, eu deixei tudo da minha vida de lado pra vim até aqui e ficar tudo bem contigo, e é assim que você me trata?
- Não deixe sua vida de lado pra vim até aqui, eu nem faço parte dela. Pode ir Johnny, volte pra sua vida. Para os seus amigos. Boa sorte.