Não se conserta o que já nasce com defeito.

domingo, 30 de setembro de 2012

Ressaca Moral

Preciso falar alguma coisa? A tal RESSACA MORAL!
Supero tudo: sede, dor de cabeça, cansaço... Mas ressaca moral não, isso não tem como. Só faço besteira bêbada, vem arrependimento. Complicado isso.

"Geralmente a ressaca moral, caracterizada pela dor psicológica de saber que você fez uma bobagem colossal..."
Eduardo Vieira da Costa, editor de esportes da Folha Online.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sentidos

"Então fica assim" ele disse. E então abraçou-a, como se nada mais pudesse existir. Manteve seu abraço apertado, não se sabe o tempo, ele não pôde calcular, ela também não. Beijou sua testa, como um pai beija a filha, ela percebeu o respeito, percebeu o pequeno gesto que fazia com que ela se sentisse segura. Ele não queria ir embora, ela queria que ele ficasse. Nesse momento se passa algumas coisas na cabeça deles, mas eles não se concentram nisso.
"Vamos continuar assim" ela disse. E então ele entendeu que tudo que ela precisava era ele, e ela sabia que ele tinha entendido. E eles ficaram assim, continuaram assim. Não sei ao certo o que 'assim' quer dizer, mas eles também não. Basta apenas que 'assim' faça bem aos dois, como está fazendo agora.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Desfocando

Eu sempre preferi os roqueiros, tatuados e alguns outros tipos de cara, mas nenhum deles incluíam um estilo como o seu. Seus dreads, seu rosto, seu jeito de se vestir...
Sabe, eu sempre te achei um cara interessante. Me aproximei da maneira errada, eu sei, mas acho que não precisávamos lembrar disso. Houve um novo começo, uma reapresentação, então queria que você focasse em mim agora. Queria que me olhasse, que se interessasse, mas você nem liga. Me ignora.
Estou mudando de ideia, estou parando de te olhar. E você nem vai notar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Só pra você

Saudade de como você falava, do seu cheiro, da sua voz, do seu jeitinho de falar e de sorrir. Saudade das coisas que me dizia, como dizia e porque dizia. Saudade de tudo, saudade de você. Saudade de como nos adorávamos, como sorríamos juntos. Saudade até parece doença, dói um pouco e me deixa sem dormir. Saudade é como um soco no estômago, uma infecção urinária ou como quando você bate o dedo mindinho na quina do sofá. É, o tempo não volta, o relógio não anda pra trás (infelizmente).
Mas hoje, só hoje, eu quero sofrer um pouquinho com isso. Eu quero sentir saudade! A saudade é a unica coisa que nos aproxima, que nos une de algum modo.
Saudade...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Autocrítica

Caminhar contra o vento é chato, é complicado. Ir de encontro a tudo que sempre fiz, que sempre disse que era certo, machuca. Sem perceber fui deixando pra trás princípios, atitudes que eu deveria ainda trazer comigo. Sem perceber eu fui mudando, fui me transformando no que eu sou, em partes não ligo, mas no fundo até me arrependo.
Morreu um pouco de mim pra nascer o que agora existe e, sinceramente, odeio não ter ficado de luto. Odeio ter esquecido e ter seguido em frente sem pena, sem dor. Odeio ter deixado morrer o que era tão importante. Por consequência, odeio metade do que sou.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Fingindo

Poderíamos ser apenas desconhecidos, que apenas se olharam, se gostaram, mas nunca se tocaram. Teríamos uma historia de amor perfeita, sem sofrimento, sem decepção e sem partida. Seríamos apenas imaginação, só pensamentos de como poderia ter sido aquilo que queríamos.
Imagino isso as vezes, imagino como se nada tivesse acontecido. Só para sermos desconhecidos e relembrar o primeiro olhar, o primeiro sorriso, mas não o primeiro toque. Porque aí eu me apaixonaria por você de novo, e aí começaríamos a fazer tudo que não poderíamos. Sofrendo um pouquinho a cada imaginação cortada, só para não sofrer por completo. Te esquecendo a cada pouquinho de nós que eu deixo de lembrar.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A arte

Um dia um hippie (sábio) viu uma camisa que eu estava vestida e que eu tinha pintado. Ficou conversando comigo e me disse que era pra continuar pintando, porque talvez eu não precise da arte, mas a arte precisa de mim. Na hora achei até estranho ele me falar algo assim, acabei esquecendo, deixando pra lá.
Hoje eu vejo que eu preciso da arte! Preciso para me sentir completa. Quando dizem que a arte liberta, estão cobertos de razão. Não me imagino sem a arte, não vivo sem ela e espero que ela também precise de mim.

sábado, 15 de setembro de 2012

Uma teoria qualquer

Acho que, no fundo, eu sou sentimental. Mesmo quando permaneço séria e calada, por dentro meu coração permanece em constante alegria, ou apenas chora. Eu nem tento não demonstrar sentimentos, já virou costume, hábito. Acabei deixando de lado o que eu era, e apenas fazendo o necessário pra ficar imune a todas as pessoas.
Alguns me acham anti-social, outros insuportável, outros ainda me acham intelectual, mas por fora eu sou o que sobrou de sentimentos estraçalhados. Por dentro, eu sou um camponês que vive pulando e cantando por aí.
Gosto de ser assim, gosto de não demonstrar o que eu sinto. Não tente me mudar, eu sou assim por sua culpa, por culpa de todos ao redor... Humanos são complexos, não acha?

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Uma carta

Sabe, eu tentei algumas vezes falar o que eu sentia, mas o mundo parecia não me escutar, mesmo quando eu estava gritando. Todos percebiam meu lado meio depressivo, meu estado de solidão constante. Sempre me disseram que eu era meio sádica, mas acho que eu sou mesmo é masoquista. Eu acho que gosto de sofrer um pouquinho.
A decisão que eu tomei não foi fácil, não quis nem pensar duas vezes. Sempre me perguntei se suicídio era coragem ou covardia, mas agora eu acho que não chega a isso, não se diferencia entre coragem ou covardia, agora eu não tenho mais opção.
Espero que vocês não vão até lá reconhecer meu corpo, espero mesmo. Não vou estar tão bonita quanto agora, quero que lembre-se de mim como eu era, não como eu vou estar. Fugir de casa seria loucura, haveria sempre a esperança de que eu voltasse, mas eu não quero voltar, nem pretendo.
É, eu acho que agora a morte é a única salvação. É uma escolha minha, é tudo que eu mereço. Acredite.
Com amor, Lucy.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Eu gritava que não queria, chorava e gritava que você só me fez mal, me fez coisas boas, e coisas muito ruins. Gritava que não te queria mais, que era tudo passado, que eu não ligo mais pra você. Que acabou! Simplesmente acabou!
Não sei se estou gritando pra te convencer disso, ou convencer a mim. Mas se você for embora será mais fácil me convencer que nada daria certo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Detalhe

Gosto do modo inacabado de construções abandonadas, de ruas vazias, de ventos frios no meio da noite. Gosto de como as pessoas riem quando estão entre amigos, aquele risinho idiota que fazem todos ao redor rir também.
Gosto principalmente de crianças brincando, já reparou na inocência de uma criança? Eles fazem brincadeiras idiotas e acham tudo muito engraçado. O bom humor, em geral, me atrai. Gosto disso.
Gosto de jogos idiotas e de pessoas mais idiotas ainda, gosto de reviver o passado.
Confesso que não gosto de escrever, mas gosto que as pessoas leiam. É meio controverso, mas é real.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Baleias flutuantes

Tudo passava pela minha cabeça agora, pessoas, lugares, objetos, plantas, nomes, cores, carros, ruas, placas... Tudo passando na minha mente com o fundo da pétala branca de uma rosa vermelha.
Os carros plantados em nuvens brancas da cor de terra molhada depois de um dia de sol. O arco-íris numa noite com peixes voando em pleno céu azul. Olha só! Um cavalo-marinho!
Todas as cores dos sons que eu criei no meu ventilador da tevê. Tudo isso me lembra momentos que não vivi, aqueles em que eu estava presente no modo invisível. Momentos bons em que todos me viam e falavam comigo.
Ah, as cores da terra molhada nos galhos das árvores.

domingo, 2 de setembro de 2012

Hábito

Eu treinei algumas vezes na frente do espelho, mas agora não sei como te dizer. Te vendo, assim tão perto, as palavras não conseguem seguir o rumo que deveriam. Nossa conversa não consegue seguir o rumo que eu havia determinado anteriormente.
Queria conseguir te dizer que não quero mais, que não sou a mesma pessoa, que nós não somos o que éramos a quatro meses atrás. Que não adianta estarmos juntos se isso nem nos faz feliz, nos acostumamos a ficar juntos, nem é mais por prazer de estar contigo. Anteriormente eu achei que não saber o que fazer se te perdesse era amor, mas não, eu estou acostumada a estar com você, só. Queria conseguir te dizer que nem penso mais em nós dois, que cansei desse jogo que eu nem queria entrar. Queria te dizer que eu quero me livrar disso, te livrar disso. Que tudo isso não faz sentido, não deve ser assim.
Mas não consigo. Não consigo te olhar e dizer tudo isso, mesmo sofrendo eu não consigo ser sincera. Isso é amor?