Não se conserta o que já nasce com defeito.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Quem eu chamo quando durmo

Ela me amava, e claro que ainda me ama. De todos os sorrisos novos e mais demorados, eu ainda prefiro o dela. Ela dança, brinca e sorri o tempo todo. Gosto dos seus olhos grandes de menina, e acima de tudo de sua mão pequena de mulher.
Ela é vaidosa, e eu adoro isso nela. Por ela, ela estaria sempre de batom, sombra, lápis de olho e saltos. Ela sorri, e sabe que meus olhos castanhos são apenas pra ela, é apenas por ela. Ela faz tudo virar poesia, faz até minhas lágrimas de dor se transformarem em alegria.
Como ela é? Bem, ela brilha! Ela brilha como nenhuma outra pessoa. Ela tem todas as minhas virtudes nela, e até tem meus defeitos, mas ela é perfeita. Eu quero que ela seja minha, mas ela não quer ficar comigo pra sempre. Ela sente falta de outras pessoas, e eu sinto falta dela. Eu a amo. E ela me ama também.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Pois é

E é assim que eu descubro que gosto de você, depois de uma briga qualquer. É assim, com o coração acelerado de raiva e a vontade de gritar com você que eu descubro que talvez eu nem saiba mais viver sem você. É com o mundo desabando, minha visão perdendo o foco e eu mal conseguindo pensar que eu descubro que eu amo você. É, acho que é isso. É amor.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Não conto um conto

A menina que não era Capitu, mas tinha olhos de ressaca, sentou-se no chão branco giz, que contrastava com seus cabelos negros, e chorou. Apenas chorou. E ele não estava lá para abraçá-la, e nunca mais estaria. Uma ligação conseguiu arruinar todo o seu diz, talvez toda a sua vida. Ela não sabia o que tinha acontecido com ele e no fundo nem queria saber. A maquiagem borrada e ainda com o salto que usava no trabalho estavam lá, esparramados no chão junto do corpo dela. A alma estava sendo dilacerada, sangrava em silêncio no canto da sala. O telefone tocava, mas ela não queria atender ninguém, ela queria sumir do mundo, da vida.
A campainha toca, toca, toca e toca mais algumas vezes, então alguém chama seu nome, mas ela já nem lembra seu nome. Seu corpo, assim como sua mente, estão dormentes. Ela escuta tudo, mas não consegue perceber o que está acontecendo. Ela simplesmente escuta. A campainha não para de tocar, alguém chama mais uma vez seu nome. Ela se levanta e vai até o sofá.
A porta se abre de uma vez só, ela nem vira o rosto pra olhar. Sua mãe e seu irmão estão lá, parados, estagnados, olhando pra ela, mas ela não quer vê-los. Eles sabiam do que tinha acontecido, todos sabiam. Saiu no jornal, na TV, na internet, e até colocaram fotos e vídeos. Eles abraçaram ela, porque sabia o que ela tava sentindo. Então sua chefe chegou em seu apartamento, ela teria que ver pra ter certeza que aconteceu. E teve.
Ninguém mais tinha sentidos, não nesse local, não ao lado dela. A alma deles todos estavam velando a alma dela e que logo seria enterrada. Enterrada junto da alma dele, que já não tinha mais corpo, que já não podia continuar no mundo. O que teria acontecido a ele? Uma doença? Infarto? Ou, como diria o Raul, um escorregão idiota num dia de sol?
Ela talvez nunca soubesse. Ela talvez nem sobrevivesse.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Quantas?

Quantas vezes você renunciaria de um filme pra falar comigo? Quantas vezes não iria pra algum lugar pra ficar comigo? Quantas vezes não iria a um show (o tal 'show do ano') pra falar comigo ao telefone? Quantas?
Quantas vezes você diria que ama sem eu te dizer que te amo? Quantas dessas vezes não seria depois de uma briga? Quantas vezes você me abraçaria? E quantas delas seria porque você apenas gosta de me abraças? Quantas?
Quantas vezes você diria um não pra todo mundo por mim? Quantas vezes você estaria ao meu lado quando eu menos precisasse? Quantas vezes lembraria de mim até quando passasse um carro de churros? Quantas vezes me beijaria na bochecha? E quantas dessas não seria porque eu uso batom? Quantas?
Quantas vezes você preferiria a mim do que o mundo perfeito em que você pode viver? QUANTAS?

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Seis meses

Com o tempo fui percebendo que era muito mais fácil escrever quando se está triste do que quando se está feliz. É mais fácil externar suas dificuldades do que suas conquistas, é mais fácil "chorar" em um texto do que sorrir. E é aí que eu enxergo o problema. Eu fazia várias postagens, porque eu estava triste. Só triste. E agora? Uma postagem a cada mês, e olhe lá!
Estou feliz. Estou pronta pra gritar minha felicidade para todos. Estou pronta pra pular e gritar o quanto estou feliz! Ele me completa, e era isso que eu procurava. Só ele. A tal metade da laranja, tampa da panela, o que quiser chamar... É ele.
Ele que eu quero. Ele que eu procuro ter sempre por perto. E nada mais. Ele me faz feliz. Só ele.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sem título

Talvez não seja o melhor dia, melhor hora, melhor momento pra falar sobre isso. Talvez isso passe amanhã, ou talvez daqui a alguns minutos desapareça como se nunca tivesse existido. As vezes eu sinto uma pontada de raiva quando penso em tudo, mas as vezes vejo que também cobro tanto de você! Eu entendo que seja difícil cumprir ligações que você havia prometido mais cedo, que seja difícil se manter acordado quando já passou da hora que você costuma dormir, entendo que é normal você se atrasar um pouco. É, eu entendo. Mas, as vezes, eu não quero entender. Eu não quero saber porque você se atrasou, porque não ligou, porque você faz tudo isso. As vezes, só as vezes, eu quero que você entenda que não é fácil pra mim também. Que não é fácil tentar te entender mesmo quando eu não quero saber o porque, que não é fácil estar ao seu lado quando eu quero te esmurrar. Não é fácil.
Tudo que eu sempre quis, e tudo que eu sempre detestei, se resume a você. Você me fez/faz sentir coisas que eu nunca senti antes. Me faz rir de bobagens, me faz querer voar só pra te ter por perto. Mas também me faz sentir raiva a cada vez que você joga a culpa em mim, mesmo nós dois sabendo que não importa de quem é a culpa. Que cada vez que você adia um assunto, eu fico extremamente curiosa e, por consequência, fico irritada e te respondo mal toda vez que fala comigo.
Sei que não é fácil agir quando alguém ta te pressionando, mas também não é fácil não pressionar você. É difícil não insistir naquilo que você me disse que ia falar a uma semana atrás e eu nem sei o assunto. As vezes, só as vezes, eu queria que você se colocasse no meu lugar.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Mais um.

Fiquei acordada até mais tarde do que eu queria ter ficado. E você me pergunta o que eu fique fazendo até as 3:00 da manhã... Simples, te odiando! Eu te odiei como eu nunca te odiei antes, te odiei por eu ter ficado como o vilão da história e te odiei por não te odiar ainda mais. Te odiei sorrindo, te odiei chorando e te odiei olhando pra o meu pé enquanto ficava deitada na cama sem saber o que fazer. Eu não queria te odiar por mais que um segundo, nem por mais que um minuto... Mas eu te odiei por muito mais.
Eu te amo, eu sei, você sabe. Mas eu te odeio na mesma intensidade. Te odeio por quem você é e por quem você me fez ser. Odeio mais a cada "odeio" que eu leio nesse texto. Mais e mais.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Ele era espontâneo, perfeccionista e inteligente. Gostava de Chico Buarque e Gonzaguinha, não tinha um gosto musical tão diferente do meu, mas não era muito parecido. Gostava particularmente da sua boca, embora todos preferissem seus olhos. Olhos verdes ou azuis, não sei ao certo, mas ele também não sabia. Acho que eram azuis, e que ganhavam um cinza num fim de tarde entediante de quarta-feira. Não sei se ele tinha uma cor favorita, mas a minha era das suas roupas azuis, mas só porque ele ficava lindo de azul. Mas também ficava lindo com uma camiseta básica branca, ou um casaco qualquer. Sempre quis ver o mar com ele, queria ver como seus olhos ficam quando se mistura o azul do mar com o azul dos olhos dele. Não me importo com todo o resto, ele tem alma. E é isso que faz com que eu sinta falta dele num sábado a noite, ou num domingo a noite. Ele me faz lindas poesias, mas nunca me falou uma. Só sei disso porque sinto o quanto ele me ama em segredo, sinto seu olhar, sinto seu toque e sinto a conexão que criamos. Talvez, agora, ele esteja dormindo, talvez esteja sonhando, talvez seja comigo. Talvez esteja acordado, pensando em mim. Porque eu sei que ele me ama. E eu? Eu guardo segredo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Demais

Eu tento entender porque você desistiu de nós dois. Tento entender porque quis deixar tudo que passamos pra o passado e focar no seu futuro. No futuro sem mim, sem nós. Eu sei que eu causava alguns problemas e que a maioria das nossas brigas era por conta da minha frieza ou minha teimosia ou, até, da minha infantilidade. Eu sei que muitas vezes você conversou e achou que era melhor deixar pra depois, mas que chegou uma hora que estava tão cheio disso tudo, tão cheio de mim, que não aguentou e explodiu. E você explodiu. E eu explodi junto. Você pode dizer que eu só chorava e escutava, mas, pra mim,  isso é explodir. Isso é colocar pra fora o que eu sinto.
Um dia você me perguntou se eu te amava, é, acho que eu te amo. Acho que você é que não me ama, e vivia me cobrando perfeição, sem perceber que nada disso você queria fazer. Você cobrava de mim atitudes que você mesmo não tinha, cobrava uma maturidade que você tava longe de alcançar.
Agora eu penso em nós dois, penso em como acabou e em como começou, penso em como fluiu tudo isso entre a gente. E acho que foi pouco, e o que é pouco nem me interessa. Eu gosto do muito, do sentir, do agir, do fazer, do sorrir, do dançar, do cantar, do amar... E você estava perfeitamente equilibrado ao meu lado, reparando o que eu fazia, o que eu falava. Achava estranho eu dançar enquanto tocava uma musica da  banda Novos Baianos, e eu achava lindo você me olhando, mal sabia que era um olhar de reprovação. Você conseguia fazer com que eu me sentisse errada em sentir o mundo, mas, no momento, eu nem ligava. Eu sentia! Eu via as cores! E você me achando chata demais, louca demais, sensual demais, bonita demais, maconheira demais. Acho que foi que fez com que não dessemos certo. Você achava tudo demais em mim, não aguentou e caiu fora.
Durou o tempo em que você gostou de mim.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pesadelo

E eu  estou caindo, tento me segurar numa ponta de sanidade que vi voando ao meu lado, mas não consegui. Eu tento flutuar, tento voar, tento me segurar em tudo que passa ao meu redor, mas nada funciona. Mas eu é um sonho, eu sei que é um sonho e que eu vou acordar antes de chegar ao chão. Eu nem estou vendo o chão, só vejo a escuridão abaixo de mim, e é talvez disso que eu tenha medo. Tenho medo de cair no vazio, no escuro, no nada. Tenho medo de ser esquecida sozinha na chuva com meu all star vermelho, medo de ninguém reparar que eu estou sorrindo e querendo chamar a atenção de alguém, medo de ninguém reparar que eu só quero um pouco de cada um, só um pouquinho.
Sou uma mendiga de atenção, tento aparecer só um pouco, só o suficiente pra alguém me notar. Alguns até olham, mas parece que o que eles vêem é só uma menina com um sorriso um pouco bobo e joelhos tortos. Mas sou eu que estou lá, clamando a atenção de alguém. Com placas vermelhas escritas "ME OLHEM" e ninguém percebe o meu medo de estar só.
E eu estou caindo. O vazio está começando a me engolir, o escuro começa a aparecer ao meu redor. Alguém me salve, por favor, alguém! Ninguém escuta minha dor. Até que aparece uma mão amiga, uma que pega na minha mão e fala: - Não tenha medo, estamos juntos nessa. E eu acredito que estamos juntos mesmo, acredito que vou me salvar do esquecimento. Mas quando eu estou mais confiando nela, ela me solta e eu caiu. Estou caindo. Cada vez mais rápido, menos sonoro, mais emocionante. Começo a curtir a queda e quando eu menos espero, acordo. Acordo suada e tremendo, atordoada. Eu não estava mais caindo, e deixo escapar um sorriso.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Eu + eu = nós.

Se eu não fosse eu, se eu fosse você...
Ao me ver pela primeira vez, eu me apaixonaria por mim. Me apaixonaria pelos sorrisos bobos e ridículos, me apaixonaria quando eu ajeitasse meu cabelo, ou quando eu olhasse pras minhas mãos no final de uma piada sem graça que eu só ri por educação. Me apaixonaria quando me aproximasse de mim, quando olhasse no meu olho, quando eu me visse sorrir de tão constrangida e me apaixonaria por eu olhar pra baixo a cada palavra que eu falasse. Me apaixonaria quando eu mostrasse interesse perguntando o porque de tudo que eu perguntava. Me apaixonaria por tudo em mim.
Falaria comigo, ficaria comigo, namoraria comigo, me casaria comigo. E faria de tudo pra que dessemos certo, faria de tudo pra me fazer feliz. Teria um filho comigo, porque eu digo que não quero, mas sei que no fundo eu quero sim. E esse filho seria amado por mim e por mim. Teria um cachorro, porque eu amo cachorros.
Por fim, eu dormiria comigo e acordaria comigo todos os dias, e não me cansaria de mim. Eu preciso de mim pra existir, e isso faz com que eu me sinta completa comigo mesma.