Não se conserta o que já nasce com defeito.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Uma carta

Sabe, eu tentei algumas vezes falar o que eu sentia, mas o mundo parecia não me escutar, mesmo quando eu estava gritando. Todos percebiam meu lado meio depressivo, meu estado de solidão constante. Sempre me disseram que eu era meio sádica, mas acho que eu sou mesmo é masoquista. Eu acho que gosto de sofrer um pouquinho.
A decisão que eu tomei não foi fácil, não quis nem pensar duas vezes. Sempre me perguntei se suicídio era coragem ou covardia, mas agora eu acho que não chega a isso, não se diferencia entre coragem ou covardia, agora eu não tenho mais opção.
Espero que vocês não vão até lá reconhecer meu corpo, espero mesmo. Não vou estar tão bonita quanto agora, quero que lembre-se de mim como eu era, não como eu vou estar. Fugir de casa seria loucura, haveria sempre a esperança de que eu voltasse, mas eu não quero voltar, nem pretendo.
É, eu acho que agora a morte é a única salvação. É uma escolha minha, é tudo que eu mereço. Acredite.
Com amor, Lucy.

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