Não se conserta o que já nasce com defeito.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Agora eu vou sair, pego qualquer coisa pra vestir, minha garrafa de vodka, da mais barata, e vou dar uma volta É sempre bom sair e pensar.
Lembro nitidamente das palavras da minha mãe "Ela está se limites Roger, você precisa ficar com ela, não aguento mais!", isso ainda dói. Esse espírito depressivo ainda mora em mim, e, por mais que eu tente, ele não vai embora.
Eu estava andando pra lugar nenhum, bebendo uma vodka horrível e tentando não chorar. Decidi escutar algumas músicas, mas eu nem conseguia escolher o cantor. Tentei Nirvana, Pink Floid, Bad Brains, nada descia muito bem. Parei em Chico Buarque, ele parecia falar comigo e eu o entendia, ele me entendia.
"Não se afobe não, que nada é pra já", ah, o bom e velho (gênio) Chico. A garrafa já estava na metade, minhas lágrimas já batiam em meu peito e o céu começou a escurecer.
Não consigo lembrar onde deixei a garrafa, nem como cheguei em casa. Minha mãe não havia percebido o cheiro de álcool, nem as lágrimas, nem meus passos cambaleantes. Ela já nem reparava tanto assim e mim.
Debaixo do chuveiro minhas lágrimas se confundem com a água. Deixei se misturarem por um tempo, muito tempo na verdade, e então saí do banho. Nem ceguei a pentear meus cabelos, que ainda escorriam água, me sentei num canto do quarto e chorei. Chorei como uma criança chora ao perder seu brinquedo. Chorei como se ninguém pudesse me escutar.
Levantei, liguei o som e deitei. Fui dormir ao som do Chico. Coloquei apenas umas cinco musicas e coloquei pra repetir. Fui dormir com o rosto molhado, e tive pesadelos que, agora, nem quero lembrar.

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