Não se conserta o que já nasce com defeito.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Um doce!

"Tava calor! Pode crer, eu me lembro."
Estava amanhecendo e ele não me olhou a festa inteira, eu nem sentia meus dedos mais. Não sei o quanto eu bebi, nem sei se ele bebeu. A música era boa, mas não sei que ritmo era. Acho que ele dançava, enquanto ria com os amigos e cantava algumas partes. Eu o olhava fixamente, e ele me ignorava.
"Nomes são o de menos."
Eu olhei pra o lado e procurei meu copo, ele me abordou. Ele sabia que eu o estava olhando, e agora estava falando comigo. Um piercing no septo, um em cada mamilo e, enquanto ele falava, eu percebi um na língua. Ele sorria muito, e falava calmamente, mas vários assuntos. Ele me perguntou se eu tava curtindo, eu só disse sim, e ele ficou esperando mais alguma coisa na resposta. Ele não me disse o nome dele, nem quis saber o meu.
"Seu gosto era doce."
Na verdade, eu nem lembro muito como tudo ocorreu. Só lembro dele me beijando, sua mão deslizando pela minha nuca, fazendo arrepiar algumas partes do corpo. Entre alguns beijos ele sorria, e brilhava como o sol. Ou eu é que tava brilhando? Não sei ao certo, mas ele estava lindo.
Lembro apenas disso. Não sei como cheguei em casa nem a hora que eu cheguei. Mas ele fez parte de mim como ninguém nunca fez. Ele tinha um gosto doce na boca e no pescoço. Não sei como encontrá-lo, nem com quem ele anda, nem onde mora. Nem sei seu nome. Se eu encontrá-lo na rua, nem saberei que foi ele. Mas ele era doce.

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