Não se conserta o que já nasce com defeito.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Encontro

No meu normal, eu presto atenção onde ninguém vê. E lá estava ele, olhando pra o celular. Um boné de um candidato a deputado qualquer, rugas profundas de expressão, uma garrafa de cerveja, um copo e a solidão. Ele guardou o celular, coçou a cabeça, ajeitou a camisa, deu um gole na cerveja e olhou ao redor. Se arrumou na cadeira, ajeitou o boné, sorriu para o copo e pegou o celular. Olhou para o celular, o sorriso se desfez do seu rosto. Ele chamou o garçom, pediu a conta, deu um ultimo gole e foi embora. Foi embora com a cerveja ainda pela metade, foi embora porque (talvez) a pessoa que ele esperava não apareceu. Penso em uma série de motivos para que ela não tivesse aparecido. Talvez tenha acontecido alguma coisa, ou ela não quis ir, ou apenas chegou um pouco depois que ele foi embora. Ou nada disso aconteceu realmente desse jeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário