Não se conserta o que já nasce com defeito.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

E aqui estamos nós de novo, um olhando para o outro. Esperamos ouvir verdades, mas sabemos que se começarmos a fala-las elas vão doer, doer mais que o normal, ninguém aguenta ouvir verdades nessas horas. Decidimos agir como adulto, e cá estamos, sendo adultos.
O sofá branco, com almofadas cor pastel, está vazio. Sentamos no chão, onde conseguimos encostar nossos joelhos e ficarmos mais próximos, mesmo que seja só fisicamente. Ele disse que preferia começar, mas não sabe nem o que falar. Eu preferia começar, mas eu não queria falar tudo que ele não iria aguentar ouvir. Ficamos assim por alguns minutos, diria que chegaram a ser uns 20 ou 25, mas que pareceram horas.
Meus olhos estavam cheios de lágrimas, e parecia que não havia rua lá fora. Que eramos só nós dois. As cortinas cor pastel tampavam a luminosidade que entrava pela janela, o chão de madeira, as flores no canto.
Eu queria começar a pensar em tudo, antes dele começar a falar, mas não conseguia nem pensar. Me sentia mal por mim, e ao mesmo tempo mal por ele. Sabia que ele estava mal também.
Quantas vezes temos que diminuir nossos sentimentos para conseguir entender os outros, mas isso ele não entendia.
Eu me diminuí, algumas vezes, para deixá-lo crescer.
Ah, sim... A conversa de adultos. Não houve conversa. Ficamos assim por algum tempo, depois desistimos e ele foi embora. Eu fui embora. Nós fomos e nunca mais voltamos.

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